sexta-feira, 27 de abril de 2012

E lá vem o ônibus...

Postado pelo blog Dito Bendito


DE VOLTA AO CASO

A mentira que veio de ônibus

Não faz muito tempo que eu disse nesse espaço que a tentativa dos vereadores José Augusto e Adalberto Rêgo ( ambos do DEM) em atribuírem a si mesmos a conquista desse novo ônibus escolar que veio para Portalegre, não passava de um “castelo de cartas”, fácil de desmoronar.

Não usei exatamente essas palavras, mas relatei que isso era possível provar com papeis, documentos que, felizmente, diferente dos idos tempos da década de 1970, poderíamos ter acesso e discutir sobre tal. Estamos, finalmente sem as mordaças do passado, e podemos escapar de engodos eleitoreiros.

Pois bem, disse, repeti que o tal ônibus não era mérito de A nem de J, nem de E, nem de N, era, nada mais nada menos, que fruto de um programa que, se analisarmos friamente, o governo do Estado ( governo do DEM, é bom lembrar), não repassou para os municípios como nenhum benefício, ao contrário, repassou como um ônus, um preço alto a ser pago durante cinco anos.

Ao que parece esse deve ser o modelo DEM de governar. E foi exatamente pelo alto preço a ser pago que alguns prefeitos do RN recusaram esse transporte do governo do Estado. O município de Acari, por exemplo, foi um deles.

O tão alardeado ônibus, que viria como a “salvação” e o fim do problema do transporte escolar, particularmente, para os estudantes universitários, técnicos e até particulares que se deslocam para o vizinho município de Pau-dos-Ferros, custará ao município de Portalegre a “pequena” cifra de R$ 315 mil, escreverei por extenso para não ficar dúvidas; trezentos e quinze mil reais. Eis aí, portanto, o preço do “presente” para Portalegre que os nossos vereadores democratas tanto se esforçaram para embrulhar.

E o mais interessante é que o município pagará esse preço por um ônibus que não é, e nem será no futuro, patrimônio do município.

Brincadeira?

Antes fosse. É “de vera” mesmo, falando a nossa linguagem.

Esse veículo, que estampa o nome e a logomarca do Governo do Estado, nada mais é que um cessão, um carro alugado, um empréstimo por cinco anos, ao custo de 63 mil reais, por ano. E caberá a Prefeitura, ainda, pagar pelas despesas de combustível, revisão e toda a manutenção que o veículo pede. Sem contar o salário do motorista.

Negócio bom, não ?

Eis a beleza e o cheiro do governo da ROSA.

Aí está, também, o bônus que o governo de Rosalba Ciarlini (DEM) receberá, por ter atendido o pedido dos Vereadores portalegrenses que estavam “no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa” (palavras deles), quando quiseram ( será que ainda querem ?) imprimir a conquista desse veículo como uma grande ação política dos dois, em benefício dos portalegrenses

Dos 150 ônibus adquiridos pelo Governo Estado, 50 deles vieram do Governo Federal para serem repassados aos municípios, e não poderiam, num governo DEMOCRATA, serem “cedidos” aos municípios pobres, como Portalegre, que sobrevive de FPM, pela bagatela de 315 mil reais, valor que corresponde quase que ao dobro do que qualquer Prefeitura pagaria, se decidisse comprar um transporte igual, visto que um ônibus desses custa pouco mais de R$ 180 mil.

E de onde virá o dinheiro das Prefeituras para pagar esse agiotagem pública?

Simples. O governo DEM é muito eficiente com dinheiro, todos sabem. E já deixou tudo amarradinho, de um jeito que nem correrá o risco de levar calote da Prefeitura.

O dinheiro será descontado, mensalmente, dos recursos que são repassados para o município através do PETERN, Programa Estadual de Transporte Escolar Rural do Rio Grande do Norte, que é responsável pelo custeio do transporte de estudantes da rede estadual, da zona rural para a zona urbana.

Para quem sabe ler, está aí, claro como água limpa, quem está pagando e a quem se destina, prioritariamente, o tal ônibus.

É lamentável que a maioria da população do Estado, em particular o povo de Portalegre, tenha apostado numa candidatura, cujas ações, depois da eleição, até então ainda não se reverteram em nenhum benefício. Nem mesmo os parcos recursos prometidos, quando da realização do Festival Gastronômico vieram. A retomada da construção da Casa da Cultura, caminha a passos de tartaruga, e o Governo ainda tira, dos recursos destinados ao transporte escolar rural, a bagatela de R$ 63 mil por ano.

É lamentável, ainda mais, que pessoas cujo acesso às informações é um privilégio, se prestem ao papel de defender inverdades como fizeram com a propaganda do tal ônibus.

Foi isso que fez Rosalba, até então, por esse município. É esse o preço a ser pago pelo ônibus que os vereadores do DEM, insistiram em dizer que conseguiram.

E pelo Estado o que faz Rosalba ? ao que parece fez e faz menos ainda, a julgar o seu índice de popularidade e críticas dos próprios aliados. Mas vale salientar que não é por falta de recursos, pois o RN apresentou um recorde de arrecadação do ICMS, o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços subiu 21,4% só no primeiro trimestre de 2012, em comparação com o mesmo período de 2011.

O montante recorde arrecadado no período foi de R$ 880.353.618,21 enquanto que no ano anterior foi de R$ 724.774.908,14, portanto R$ 155 milhões de reais a mais para os cofres públicos. Vale lembrar que 25% desse total, ou seja, R$ 38,8 milhões são destinados aos municípios potiguares. O restante, R$ 116,2 milhões, ficam nos cofres estaduais.

Em março último, a arrecadação chegou a R$ 296.808.729,33, alta de 23% ou R$ 55 milhões, em relação a março de 2011. Essas informações foram divulgadas no portal da transparência do governo estadual.

E para quem ainda quer acreditar em serviço político prestado ao município, está aí a realidade, ante o que embarcaram para Portalegre, numa viagem de ônibus, com direito a propaganda em mídias sociais.

Mas é preciso acreditar que a classe política local, que se uniu para eleger Rosalba Ciarlini, não deixe de cobrar a fatura que ela deve a essa terra. E que seja paga com o mesmo percentual de ganho que ela põe no "aluguel" do ônibus escolar
 

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