sábado, 16 de julho de 2011

Ainda praticamos muito pouco a democracia

Na teoria democracia parece muito simples e bonitA, mas na prática é uma verdadeira guerra. O particular e o egoísta lutando até a morte com o público e o social.

Teoricamente, na democracia as decisões que interferem na vida pública devem ser discutidas e votadas por todos. Há debates e eleição para as tomadas de decisões . A maioria ganha. Os vencidos respeitam a decisão da maioria e a decisão passa a ser de todos, para todos, de responsabilidade de todos. Após a discussão e votação, não deve mais haver disputa a respeito do objeto votado, salvo o caso de nova eleição.

Como é impraticável que todos os habitantes votem todas as ações de um pais, estado, ou município, é necessários eleger representantes, para que esses representantes tomem as decisão em nome de todos.

Sendo assim, o correto seriamos debater e discutir quais os melhores representantes devemos escolher e votar e após a votação deixar de lado a disputa e a noção de “lado político”. Após o período de eleição o que deve haver é apenas a noção de governo de todos para todos.

Quando, por exemplo, o prefeito erra, todos erramos, quando ele acerta todos nós acertamos. Após a eleição não deve existir mais o termo, “meu eleitor” ou o termo "meu candidato”. O que deve existir é o termo meu representante e meu representado. O governo é do povo e para o povo. As ações devem beneficiar a todos de forma igualitária. As ações dos representantes devem ser sempre ações públicas e representando a todos de forma igualitária.

No entanto, na prática, geralmente, não é o que acontece, pelo menos no Brasil, particularmente em Portalegre-RN. Aqui as disputam são levadas para o lado pessoal. Os vencidos se intrigam com os vencedores. Os vencedores se isolam dos vencidos e o objeto de disputa raramente torna-se de utilidade pública, e os vencidos ou despreza tal objeto, ou boicota, ou tenta por em votação novamente para desta vez ganhar.

Existem vários casos de pessoas que deixam de se relacionar com um conterrâneo, e/ou passa a desvalorizar as ações de tal conterrâneo só por ele tornar público que não concorda com suas ideias políticas e não apoia seu grupo. Eu mesmo sou vítima desse tipo de comportamento.

Na democracia eu deveria ter o direito de denunciar a mal administração de um amigo particular sem perder o direito de sua amizade pessoal. Eu amo meu pai, mas jamais defenderia seu nome para o cargo de Prefeito, por exemplo, pois seu currículo não é adequado para essa função. Entretanto, se um indivíduo declarado meu inimigo tiver currículo melhor que algum amigo pessoal para exercer o cargo de prefeito, tal inimigo pessoal terá meu voto. Quando eu voto, não posso pensar apenas em mim e sim em meu município ou em meu estado ou em meu país. Devo escolher quem pode dirigi-lo de forma a beneficiar a todos e de forma indireta beneficiar a mim.

Cabe, ainda como exemplo, que mesmo não concordando com os altos gastos que são feitos com festas públicas em Portalegre-Rn, como o São João Alegre e o Festival Gastronômico (visto que há tantas necessidades básicas da população que ainda não foram atendidas), tenho o direito de divulgar tais festas e de aproveitá-las e curti-las tanto quanto aqueles que as executam e/ou concordam com estes gastos. O dinheiro usado é tanto meu quando deles, e tais festas são de gosto da maioria. Mas se em algum momento eu for solicitado a votar a favor numa limitação de gastos para estas festas e que esse limite seja um percentual bem baixo em relação ao percentual gasto com estradas rurais e saneamento básico, eu voto a favor dessa limitação de gastos.

Dizer que é democrata é fácil, o difícil é realmente ser democrata (não confunda com o partido).

Ainda praticamos muito pouco a democracia, mas o nosso amado Portalegre merece esse difícil exercício e  o agora é sempre o  bom momento para começar,  não acham?

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